quinta-feira, 6 de junho de 2013

Sucesso garantido


Neymar é jogador do Barcelona e preciso dar meu parecer sobre essa transação. Não que isso mude alguma coisa, mas é minha obrigação como blogueira nem tão assídua.  
Confesso que durante algum tempo fiz parte da turma dos céticos. Acreditava que Neymar não se adaptaria ao estilo de jogo europeu pelo físico "minguado", pelas insistentes quedas sem real fundamento e blá blá blá. Mas, hoje, minha opinião é outra. Felizes daqueles que admitem estar equivocados e retrocedem. Foi isso que fiz. Retrocedi e agora defendo com afinco uma opinião contrária àquela que adotei em um primeiro instante. Neymar será, em pouco tempo, o melhor jogador do mundo. Não apenas por ser craque dentro das quatros linhas, mas por ser craque no marketing e na vida.

Há pouco tempo, o atacante Michael, do Fluminense, foi pego no exame antidoping por uso de cocaína. Você deve se perguntar o que a história do Michael tem haver com o Neymar. Eu explico. Essa jovem promessa do time carioca foi apenas mais um que ao enfrentar o mundo em busca da realização de um sonho não suportou a pressão e a vida longe de suas raízes. Ainda jovem, deixou sua cidade para se dedicar ao futebol. A infância e as brincadeira de "moleque" foram substituídas pela ideia irremediável de vencer e honrar a escolha. Ele não suportou. Esse problema Neymar nunca enfrentou. Com as escolhas e caminhos fincados em uma base familiar sólida, ele vai driblando os imprevistos com a força e amparo de quem mais lhe quer bem. A família. O primeiro gol de placa do craque.

Segundo ponto. Neymar é um craque do marketing. O jovem sabe usar sua imagem como ninguém. O seu carisma talvez se assemelhe ao de Ronaldo - com alguns travestis a menos. Em pouco tempo deixará de ser estrela apenas no Brasil e de Barcelona e conquistará todo o velho continente. Não se espante se, muito em breve, Neymar arrancar aplausos até da torcida madrileña. Segundo gol de placa.

E Não para por aí. Aqueles que acreditam que o Neymar não irá se adaptar ao estilo de futebol europeu se enganam, como eu me enganei. Um jogador com velocidade, agilidade, habilidade e rapidez de raciocínio não pode ter o insucesso cravado por algumas quedas sem cabimento. Neymar irá se adaptar, e muito bem, ao Barcelona por algumas simples razões: Por saber jogar bola - e quem sabe não precisa de desculpas para justificar os fracassos. Simplesmente vai e faz, e o sucesso acontece. Por jogar em uma equipe em que ele poderá dar prosseguimento às jogadas, o que não vinha acontecendo no Santos. Enquanto ele tocava com a intenção de receber a "pelota" logo a frente, em uma tabelinha que não exige nenhum conhecimento físico, a bola encontrava alguma canela desprovida de talento e perdia a direção. E, por fim, ao lado de Messi tudo fica mais fácil. Já estou ansiosa para assistir o confronto entre Brasil e Argentina, e escutar toda a Espanha gritando Gol após o terceiro gol de placa do craque.            

sexta-feira, 31 de maio de 2013

Victor salva, e Atlético segue na Libertadores

O Atlético-MG se classificou para a semifinal da Taça Libertadores graças ao pênalti defendido pelo goleiro Victor nos acréscimos da segunda etapa. Mas, enquanto torcedores e mídia exaltam o pênalti defendido e alcunham a classificação de heroica, prefiro me ater aos pífios 90 minutos jogados pela equipe brasileira. A partida de ontem e a atuação do Atlético, diante de um Independência lotado, me faz elocubrar a razão pela qual apenas um, dos seis clubes brasileiros que iniciaram na competição, continua em busca do título.


Muitos acham que o critério de "gols fora" determina a forma de jogar de cada equipe na libertadores. Até concordo, e acredito que está aí a maior falha da competição. Mas, independente de regulamento, o que se percebe é o acanhamento dos times brasileiros nas partidas dessa competição. Ontem, o Atlético jogou como time pequeno mesmo tendo um elenco muito superior ao adversário, e poderia ter ficado sem a classificação. A covardia atleticana fez com que o fraco Tijuana se tornasse um "bicho-papão", o que não aconteceria se o Atlético se portasse como time superior, com maior qualidade técnica e tática.

Da mesma forma se comportou o Grêmio que, com menos sorte, acabou deixando a competição após ser castigado com um gol no fim do Santa Fé. Tendo a vantagem do empate, o time do Rio Grande do Sul colocou o regulamento debaixo do braço e considerou impossível levar um gol em 90 minutos. O Grêmio esqueceu de jogar, se apoiou no 0 a 0 insistente e, no fim, amargou a eliminação. Atrás no placar, e ficando de fora da competição, foi em busca do empate. Tarde demais. Cinco minutos de audácia não compensaria 90 de inércia.

Antes do início da competição vislumbrava, no mínimo, cinco equipes brasileiras nessa fase final - sem levar em conta os cruzamentos entre elas- Afinal, Corinthians, São Paulo, Grêmio, Atlético-MG e Fluminense possuem um elenco muito mais qualificado do que qualquer outra equipe que disputa a competição. Contudo, a força no papel não corresponde à postura em campo.

Eram seis os clubes brasileiros na Libertadores. Agora, resta apenas um. E engana-se quem acha que as eliminações acontecem para os paraguaios, bolivianos e argentinos. O brasileiros se auto eliminam. Tratam a libertadores como uma competição "extra
terrestre", entram em campo apavorados, supervalorizam os adversários e afugentam a capacidade de vencê-los com autoridade.



 

sábado, 30 de março de 2013

O Fim do futebol arte


Hoje o post será sobre seleção brasileira. Mas, é claro, não irei escrever sobre os últimos dois amistosos. Até porque esse assunto já pereceu. A discussão é outra e, por mais que seja antiga, ainda rende um bom debate, sem prazo de validade.

Logo após o amistoso entre Brasil e Rússia passei um bom tempo resenhando com um amigo sobre a partida. Começamos falando sobre a medíocre atuação da seleção e acabamos numa complexa discussão sobre o futebol espetáculo x futebol resultado. Enfim, divergimos na questão arte. Enquanto o meu amigo se indignava com o fraco desempenho da seleção, relembrava os áureos tempos em que nos orgulhávamos de levar aos quatro cantos um futebol de improviso e descontraído, e vislumbrava o retorno da arte que nos consagrou como a pátria das chuteiras, eu era incisiva em dizer que o futebol brasileiro, como arte, não existe mais.

Ele insistia em me fazer acreditar que o futebol do Brasil apenas passa por uma crise, e que continuamos sendo, irremediavelmente, um celeiro de craques. Fui obrigada a concordar que temos bons jogadores, mas não o suficiente para restabelecer a ordem, e devolver o respeito perdido pela seleção canarinho.

Não tenho a intenção de ser cética. Contudo, se nas décadas de 1960, 70 e 80 tínhamos Pelé, Garrincha, Nilton Santos, Zico, Falcão e Sócrates, craques construídos naturalmente, pura e simplesmente pela habilidade com a bola nos pés, hoje, depositamos toda a nossa quimera em Neymar. Que me desculpe os fãs desmedidos do futebol do rapaz, porém, me parece muito mais um craque midiático do que um jogador brilhante por natureza.

O futebol arte do Brasil se escondeu em alguma vala inacessível e permanecerá no buraco, ao menos que alguma reviravolta convença os brasileiros de que as “construções nacionais” podem ser melhores que as do vizinho. Caso contrário, o nosso futebol se aproximará, cada vez mais, do estilo de futebol europeu. Um processo que se iniciou, de maneira mais contundente, após a derrota na Copa de 82, parece atingir seu auge, 30 anos mais tarde.  O futebol de improviso caiu diante do futebol-força, e a nossa seleção precisou se adaptar ao letal “ocupar de espaços”.

Além disso, os grandes jogadores não aparecem mais com frequência e destreza. Certa vez um professor perguntou aos alunos, no qual eu me incluo, por quantos campos de futebol passávamos nas nossas andanças diárias. Nenhum. Uma resposta unânime. Parei para pensar sobre o assunto, e percebi que há relação direta entre o fim desses espaços de lazer nas cidades e a carência de craques. Até mesmo o crescimento do mercado imobiliário contribui para o fim do futebol arte. Sendo assim, me convenço, ainda mais, que o futebol brasileiro passa por uma mudança gradual e definitiva.

Eram nesses campos de futebol, que antes estavam por toda parte, que os garotos lapidavam suas habilidades e se importavam, exclusivamente, em aplicar o melhor drible e ser elogiado pela jogada. Eram desses campos de futebol, seja na grama cheia de falhas ou no chão batido, que nascia o futebol-moleque, de pés descalços e uniformes enlameados.

Entretanto, esses campos cederam lugar a grandes construções, e o garoto ficou órfão da pelada com os amigos e do status de craque do bairro. Agora, esses meninos de futebol alegre, de jogadas espontâneas, e talento incontestável foram substituídos pelos craques-robôs. O “bom jogador” fabricado nas escolinhas de futebol, com treinamento delimitado, cones marcando os espaços, e o sonho de ganhar milhões em um grande clube europeu.

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Só pode ser brincadeira


Imagino muito bem a cena. Todas as noites, antes de encostar a cabeça (pesada) no seu confortável travesseiro, certamente, Eurico Miranda se deleita num copo de whisky 21 anos, e brinda com ar de ufania a catastrófica administração de Roberto Dinamite. Saiu um ditador, e assumiu um paspalhão incompetente que não cansa de dar mostras da sua falta de habilidade para gerir um clube da grandeza e evidência do Vasco.

Grande ídolo, e péssimo dirigente. Enquanto Eurico Miranda ainda comandava as ações em São Januário, e fazia suas peripécias sem caráter, os torcedores já vislumbravam um futuro glorioso com a chegada de Dinamite. Alguém que honrou a camisa do time como jogador, e demonstrava tanto amor pela cruz de malta, seguramente, seria a melhor opção para assumir a cadeira de presidente. Ledo engano. E um engano que vem custando caro. Alguns milhões.

O goleiro Fernando Prass, mesmo sendo um dos líderes do time, não suportou a bagunça administrativa e procurou outros rumos. Agora, o time segue sem goleiro, e com mais um imbróglio judicial. Sem falar no ex-jogador Edmundo que também já acenou com a possibilidade de procurar a justiça pelo atraso de três meses de uma dívida antiga. Atrasos salariais que continuam assombrando São Januário, e que pode levar mais um ídolo para fora do clube; Juninho Pernambucano.

Contudo, os atrasos recorrentes dos salários não é a única controvérsia da gestão Dinamite. Quem não se lembra dos caminhões pipa abastecendo São Januário? Que torcedor ainda não se pergunta onde está o dinheiro referente à venda de Rômulo, Alan, Fágner e Diego Souza? E que torcedor engoliu a exclusão de São Januário como a sede do rúgbi nas Olimpíadas?

É fato que Dinamite tenta sempre responder as perguntas. Já até convocou algumas coletivas de imprensa para minar certas dúvidas. Mas, são sempre respostas que em nada esclarecem os fatos.

Durante muito tempo acreditei na balela pregada por Dinamite, que jogava sempre para a gestão anterior a péssima condição financeira do Vasco. O atual presidente fazia, e faz questão de esbravejar a todo instante que o time paga hoje pelos erros cometidos no passado. Entretanto, deixei de acreditar definitivamente nessa conversa fiada quando não tive a resposta da última pergunta acima.

A situação atual do Vasco se deve, exclusivamente, ao fracasso da gestão Dinamite. São Januário seria a sede dos jogos de rúgbi das Olimpíadas. Era a garantia mais viável do clube para conseguir ampliar e modernizar o estádio. Até o "exímio" presidente deixar de apresentar a documentação necessária para tornar São Januário parte dos jogos Rio2016. Ninguém pediu que Roberto Dinamite entregasse uma mala de dinheiro para começar a modernização (até porque as obras não seriam arcadas pelo Vasco). Pediu apenas que apresentasse o projeto no prazo estipulado. Disso, ele também foi incapaz. Não defendo um ditador em detrimento de um dirigente inábil, mas estou certa de que Eurico Miranda não perderia esta oportunidade.

E, enquanto me preocupo com os rumos do Vasco, Roberto se dá ao luxo de brincar de gato e rato com Romário. Ao invés de buscar soluções para as trapalhadas, que parecem não ter fim, Roberto agora quer a estátua do baixinho abaixo. Não era o momento para mais uma rusga. É fato que nunca concordei com essa estátua atrás de um dos gols de São Januário, haja vista que a lista de grandes ídolos do clube era extensa, e escolher apenas um para homenagear seria, no mínimo, deselegante. Mas, quem não tem problemas procura um para apimentar a vida. Ao que parece, com Dinamite anda tudo muito tranquilo.

Acreditei que Roberto devolveria ao Vasco seu lugar de origem, e até o fez, mas só durou o tempo da sujeira se acumular demais e começar a sair debaixo do tapete. Agora, estou certa de que ídolo deve se limitar ao quadro na parede e as lembranças da sala de troféu. O fato de ter sido consagrado nas quatro linhas não faz de ninguém capaz de gerir um clube de futebol que movimenta milhões a cada mês, leva consigo milhares de funcionários, e uma torcida apaixonada e ávida por resultados.

Roberto falhou, falha, e vai continuar manchando a história do Vasco, e a sua estima perante a torcida. O mel foi demais, e me parece que ele se lambuzou. Para quem assumiu o clube pregando a não perpetuação no poder, ao passo que Eurico saía depois de oito anos, Roberto já confabula em busca da sua segunda reeleição.

Enquanto isso, aos amigos vascaínos, esperemos as cenas dos próximos capítulos. E, certamente, iremos nos impacientar com mais uma aberração cometida pelo mandatário. Enquanto aos amigos de outro time, podem rir da nossa desgraça.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

TRIcampeão


A última etapa, em Interlagos, premiou uma das mais emocionantes temporadas da Fórmula 1, e compensou o enfadante ano de 2011. Como a esperança é a última que morre, Fernando Alonso chegou ao Grande Prêmio do Brasil se agarrando numa remota possibilidade de se sagrar tricampeão. Afinal, na instabilidade de uma corrida de automóvel, o impossível é bem palpável. E por alguns breves momentos, o que parecia distante esteve nas mãos do Espanhol da Ferrari. Foi quando, na primeira volta, Sebastian Vettel, que largou na 4° posição, caiu para último depois de se envolver numa batida com Bruno Senna. Justamente o sobrinho do maior ídolo do Alemão poderia ser o responsável por tirar de Vettel o tricampeonato. Neste momento, estava na Espanha, na Ferrari, estava com Fernando Alonso o troféu de melhor da temporada.

Mas, não durou muito. A sorte, que por tantas vezes acompanhou Alonso, desta vez estava com Vettel. Já estava fadado a ser o mais jovem tricampeão de Fórmula 1. E assim foi. Jovem, e já consagrado. Apesar da pouca idade, Sebastian Vettel já figura entre os grandes nomes do automobilismo. Com o título da temporada 2012, o alemão deixa pra trás Ayrton Senna, que era o mais jovem tri da F1, com 31 anos. Além disso, agora figura ao lado do compatriota Michael Schumacher e ao argentino Juan Manuel Fangio com três títulos em sequência.

Em Interlagos, no Brasil, ao menos para nós brasileiros, Sebatian Vettel precisou dividir as atenções com Felipe Massa, que voltou a subir no pódio depois de uma temporada sem brilho e a sombra do companheiro de escuderia Fernando Alonso. O terceiro lugar conquistado reacende a esperança de uma nova temporada mais proveitosa para Massa, e mais empolgante para os brasileiros. Contudo, para quem já esteve por diversas vezes no lugar mais alto, e que chegou a brigar pelo título, comemorar a terceira colocação é atestar o fracasso.