
Os últimos acontecimentos envolvendo traficantes e policiais no Rio de Janeiro pôs em dúvida a escolha da cidade como sede dos jogos Olímpicos de 2016. A guerra entre morros cariocas e a interferência policial causou a morte de, até o momento, 24 pessoas. O suficiente para abarrotar os jornais internacionais com dúvidas acerca da capacidade do Rio de Janeiro em receber um dos eventos mais caros do mundo. Cidades como Madri e Chicago, derrotadas na escolha da cidade-sede, explicitaram em suas publicações as amarguras pela derrota. Perfeitamente aceitável, não por entender que perder nunca é bom, mas por saber que as indagações quanto a segurança durante os jogos são plausíveis.
Na Espanha, o caso foi destaque no jornal El País: “Grupos delinquentes, fortemente armados, o que preocupa bastante as autoridades cariocas, principalmente tendo em vista os Jogos Olímpicos de 2016”.
O Jornal The Independent não poupou críticas e afirmou: “Os eventos do fim de semana são um constrangimento para um governo que mal acabou de celebrar seu sucesso ao vencer a candidatura olímpica”.
Infelizmente, a maravilha da cidade maravilhosa, se limite as demarcações da orla carioca. O famoso calçadão de Copacabana, o Cristo de braços abertos no alto do morro, o pão de açúcar, a mulata passista......
O Cristo do alto do seu pedestal assiste a tudo, enquanto os moradores da cidade sentem na pele o outro lado da “maravilha”. O fuzil, sei lá que número, a bala que atravessa de norte a sul e atinge alguém que não tem nada com aquilo, o medo de assalto, ônibus incendiados. A população carioca é soldado passivo na guerra do tráfico.
São sete anos. Em 2016 o Rio tem que estar diferente. Não é mais uma questão de desejo, mas de obrigação. Em meio a crise, o prefeito do Rio, Eduardo Paes, fez a sua primeira viagem internacional visando obter investimentos para os Jogos. Em Londres, foi bombardeado por questões sobre a segurança e tentou acalmar o publico europeu. No momento, deve-se acalmar não os europeus, mas os brasileiros. Não com palavras, mas com ação.