sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

A caravela afundou....


Não sobrou só para o técnico vascaíno, PC Gusmão, o ônus pela pífia campanha do time nas primeiras rodadas do Campeonato Carioca. Os medalhões, Carlos Alberto e Felipe, contratos com toda a pompa para serem os líderes e craques do time, também receberam punição. Depois de pouco mais de seis meses no comando do time da colina, PC não resistiu à terceira derrota seguida para times pequenos e está fora de São Januário. Já os jogadores, foram afastados e não enfrentam o Flamengo no clássico do próximo domingo.

PC Gusmão chegou a São Januário com a altivez de quem havia deixado o Ceará na liderança do Campeonato Brasileiro, e trouxe com ele a esperança de repetir o sucesso no Vasco. No início do trabalho, chegou-se a ver lampejos de prosperidade. Mas, não durou muito. Logo o time começou a cair na tabela do brasileirão e, no fim, lutava apenas por uma vaga na Copa Sul Americana.

Naquele momento, não era raro encontrar vascaínos que pediam a volta de Eurico Miranda. Diante da crise e dos inúmeros empates dentro de casa, até os torcedores mais adversos ao antigo mandatário queriam o seu retorno. Fosse de forma sincera, ou apenas para forçar o presidente Roberto Dinamite a tomar atitudes mais enérgicas e devolver ao Vasco o respeito perdido.

Veio o novo ano e as esperanças se renovaram. As contratações, mesmo não sendo as esperadas pela torcida, chegaram. Carlos Alberto mostrava disposição nos treinamentos e parecia que não sofreria tanto com as lesões. A torcida apoiou e comemorou a vitória no amistoso contra o Cerro Porteño, em São Januário. O placar de 1 x 0, com um pênalti perdido por Carlos Alberto, fez a torcida pensar que o jejum de oito anos sem título no campeonato carioca teria fim. O time jogou razoavelmente bem para um amistoso, e em pré-temporada.

Mas, bastou a primeira partida do Carioca, contra o Resende, para as coisas começarem a degringolar. Era apenas o primeiro passo para uma derrocada ainda maior. Vieram Nova Iguaçu e Boavista e as coisas saíram do eixo de vez. Em apenas três partidas, a esperança se transformou em descrença.

Após a partida contra o Boavista, na última quinta-feira, a paciência que restava acabou.  O torcedor protestou, e só poupou o zagueiro Dedé, o único sobrevivente da caravela cruzmaltina, ao menos para a torcida.

No vestiário, os nervos continuaram exaltados. Desta vez, Carlos Alberto e Roberto Dinamite discutiram e tiveram que ser contidos pelo diretor executivo, Rodrigo Caetano. Prova cabal do desrespeito pela instituição Vasco da Gama.

Felipe e Carlos Alberto estão fora, e pela opinião dos torcedores, não farão falta. Felipe ainda não mostrou a que veio, e de símbolo dos áureos tempos de Libertadores, Mercosul e Campeonato Brasileiro, passou a ser marca do mau momento do time. Já Carlos Alberto, abusou da paciência do torcedor. Na última temporada, passou mais tempo no departamento médico do que em campo e, nas primeiras partidas deste ano, se mostrou apático em campo e mais “fominha” do que nunca.

Agora, é juntar os cacos e tentar se reerguer. Afinal, o campeonato carioca também tem série B, e do jeito que as coisas andam, não é exagero alertar para o perigo.

A chance para espantar a crise está no clássico do próximo domingo, no Engenhão. O time da Colina, chafurdado na lama, irá enfrentar o Flamengo, absoluto e confiante na competição. Os jogadores do time Rubro-negro preferem usar a máxima de que em clássico não há favorito. Já a torcida, não economiza nas piadas e deboches. Aos jogadores do Vasco, só resta tapar os ouvidos e colocar o coração na ponta da chuteira, e aos torcedores, esperar por dias melhores.